O melhor e o pior de 2013
O que mais encontrei em 2013 foi desafios, desafios que me levaram ao limite e por vezes a querer desistir da vida. Sempre tive consciência da vida, mas nunca assim.
O meu ano de 2013 começou logo mal. Passei o dia 1 de Janeiro com o meu papy no IPO, uma coisa nada agradável. Poucos dias depois rezava na sala de espera para que ele mostrasse o herói que sempre foi, e ultrapassasse mais uma operação. Felizmente isso passou e a recuperação foi tranquila.
Mal tudo isto começou, de novo, a minha dedicação à escola ficou para segundo plano, mais um ano. Não sabia bem o que fazer nem para onde ir, sentia-me perdida e sem motivos para avançar.
Os meses foram passando, e corria tudo muito bem. Em Abril (acho eu) ganhei força para me inscrever numa escola que realmente tinha o que eu cria. Fui fazendo os exames e os testes ao longo desse mês.
Ainda nem quatro meses tinham passado e o meu maior terror já estava a voltar! O IPO e as correrias às consultas e aos exames estavam a voltar. Desta vez muito pior.

 Numa dessas consultas horríveis e que demoravam horas, chegando a passar um dia inteiro sentada numa cadeira do IPO, recebi uma boa noticia, para aliviar todas as más que me atormentavam. Tinha entrado para a escola que queria, finalmente ia fazer uma coisa que gostava, ia estar num local onde me sentia bem e completa.
Lembro me como se fosse ontem as palavras do meu Papy "Boa filhota. Agora vais puder fazer o que gostas. Desculpa não puder pagar a faculdade, mas esta posso". (Sabendo o que sei hoje, preferia que me pudesses dar outra coisa: a tua vida)
Os dias foram passando, e as pioras foram se agravando. Até chegarem ao estado vegetativo, numa cama do hospital e eu a despedir-me dele, sem falar, só a chorar em silencio, para que ele não notasse que eu estava realmente a sofrer imenso por dentro por vê-lo assim e sentir-me inútil por não puder fazer nada.
O dia chegou muito rápido, demasiado rápido para eu puder estar preparada para não ver o meu Papy todos os dias. Nesse dia parecia que não dormia á uma semana, que tinha o estômago cheio mas vazio por dentro e que tinham me passado vários camiões em cima e eu ainda estava viva. Realmente não sabia se estava viva ou semi-viva com tudo o que passei num espaço de sete meses. O dia chegou e quis que passasse bem rápido. Estava farta que me dissesse "os meus sentimentos", desculpem, mas ninguém sente tanto como nós, que cuidamos dele, que lhe dávamos de comer à boca e que lhe trocávamos as fraldas. Senti-me revoltada com todas aquelas palavras, que vinham do coração, mas que a mim soavam-me a cínico (mesmo não sendo).
Orgulho-me do que fizemos por ele. Demos-lhe um velório como ele cria, todos juntos e sem lágrimas. No dia do funeral, que não houve, lançamos as suas cinzas ao mar, na praia que ele tanto queria e da forma mais bonita que encontramos. Apenas nós, ele, o mar, a noite estrelada e as rosas que mandamos ao mar.
Os dias foram passando e o silencio era cada vez maior cá em casa.
A minha vida foi sofrendo alterações a cem graus. Chegou o meu dia de anos, e a disposição era pouca,mas mesmo assim quis fazer um jantar uns dias depois, mas nem isso me alegrou. Exatamente no meu dia de anos comecei a trabalhar, não era o que imaginava para o meu dia de anos, nem para as minhas férias. Os primeiros dias foram esgotantes, levantava-me cedo e chegava tarde a casa, só queria dormir.
As férias foram passando e o primeiro dia de aulas começou, com muito entusiasmo. Deixei de trabalhar e dediquei-me a 100% à escola e está a compensar muito, as notas e a gratidão é enorme por andar naquela escola.

Entrei com o pé esquerdo no ano de 2013. Aprendi imensas lições, e a mais importante é que devemos valorizar todas as pessoas que estão do nosso lado, e a cima de tudo aprendemos com os nossos erros. O ano de 2013 fez-me crescer, crescer ainda mais. Sim, considero o ano de 2013 um ano mau, apesar das poucas coisas boas que teve. 

Love,
Hirondelle

4 comentários:

  1. Fogo que ano :'( vieram-me as lágrimas aos olhos, és forte nunca desistas!
    http://be-a-vintage-lover.blogs.sapo.pt/

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    1. Obrigada Querida!
      Ao olhar para trás sinto-me mais forte, mas ainda sinto que muita coisa me afecta sem necessidade.
      Este ano aprendi realmente o que é a dor constante.

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  2. Uau, que ano difícil. Simplesmente não consigo imaginar sua dor. Espero que 2014 seja um ano bom pra você e que ele sirva para amenizar as dores que 2013 te deu.

    http://livinhas-place.blogspot.com.br/

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    1. Obrigada pelo comentário Querida :)
      A dor ainda continua, apesar do tempo que já passou.

      beijinhos

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