Uma vez Hospital de Cascais, para sempre Hospital de Cascais

Em meados de Fevereiro, comecei a ter uma falta de ar, tosse e um assobio enquanto respirava. Fui à médica de família, fiz uma carrada de exames que deram em quase nada: "Julgo que seja uma asma por esforço, mas é melhor marcar uma consulta no Hospital de cascais". WHAT, Hospital de Cascais? Vou morrer sentada, pensei  eu! A minha mãe ainda hoje está à espera de uma consulta neste novo e belo hospital consulta esta que foi pedida em 2012. 
A espera até que nem foi muita, à volta de duas semanas a carta a chegar, para uma consulta após duas semanas da carta recebida. 
Chegou o dia e lá fui eu, para o temido Hospital de Cascais, que boas recordações não tenho. Entrei pela porta enorme e dirigi-me ao balcão principal e fui atendida por uma rapariga muito carrancuda e que me mandou logo ir às maquinas tirar a senha e voltar lá. Máquinas essas, que caso não fosse eu adolescente, não saberia mexer. Um idoso com cerca de 60 anos, talvez não soubesse usa-la. E está claro, que se fosse pedir ajuda à aquela dita cuja, ela mandava-o ir dar uma volta, ou tirar um curso em tecnologias do século XXI. Lá tirei a senha e aguardei a minha vez, para confirmar a presença e pagar as taxas moderadoras. Qualquer dia (quer dizer já hoje assistimos a isso) já não se pode ir ao médico, com os absurdos das taxas, dos exames e de todas as porcarias que nos cobram. Lá tive que pagar os 8euros das taxas moderadoras e perguntei gentilmente para onde me dirigia. A senhora deve ter tido um encontro romântico naqueles 10segundos em que eu fui tirar a senha, porque me respondeu muito bem, e deu-me as direcções muito gentilmente.
Cheguei a uma sala que tinha como nome Exames Especiais (ao principio pensei onde é que me tinha metido). Sentei-me e comecei a tentar decifrar os quadros na televisão. Eram 14h30, e ia na senha 3. Eu era a senha 10 e tinha consulta marcada às 15h15. Pensei que não ia ser a essa hora. Os números teimavam em não andar. Via pessoas a entrar para a cardiologia, sair da neurologia, entrar na medicina e poucas ou quase nenhumas a serem chamadas para a pneumologia. 
Quando o relógio enorme pendurado na parede, que fazia um barulho a cada minuto que passava, marcou as 16h, comecei a ficar impaciente e irritada com tal situação.  Às 15h chegou um casal já idoso, que comentou em voz alta que eram o numero 8 do consultório 6, e que tinham consulta às 15h45. Pois tinham, e não é que entraram primeiro do que eu? Eu que tinha consulta 30 minutos antes deles. Tudo bem que era para o consultório 1, ambos de pneumologia. 
Chegou às 16h15 e nada. Chegou às 16h30 e nada. E eu já a ficar vermelha, a bufar pelas orelhas. a bater com o pé e a olhar compulsivamente para o relógio. Bling, chegou à senha 9 por volta das 16h35, e eu "yupii, só falta uma pessoa, FINALMENTE!". Pois é,  lancei os foguetes antes da festa. Faltavam 15 minutos para as 17h e passou para o numero 8, AGAIN. Desta vez, lancei as mãos à cara para não me levantar e ir pedir o livro de reclamações por estar ali à mais de duas horas e  já ter passado uma hora e meia da minha consulta. 
Quando já estava a ponderar me levantar, a televisão com o som irritante deu sinais de vida, e para meu espanto e para o fim da minha raiva e do meu tédio, era o meu numero. 
Entrei no gabinete e deparei-me com duas médicas, uma já com os seus 50 anos e uma novita, que devia estar a estagiar ou assim. Senti-me como tivesse cometido um crime, fizeram-me no mínimo 50 perguntas, disto e daquilo. 
No fim, lá me disseram o que já sabia: Asma por Esforço. Mas desta vez receitaram-me imensos medicamentos, uns compridos para a asma, um spray para a rinite, uns comprimidos para a rinite e uma bomba para a asma em caso de esforço físico ou em SOS. Quando sai, o relógio doentio marcava 17h25. Nem queria acreditar que passei três horas naquele hospital.
Eu já sabia o que o Hospital de cascais era, mas quando lá vou novamente penso sempre que está melhor. Por duas vezes, o hospital de cascais fez o diagnóstico errado ao meu pai. De stress e uma inflamação respiratória e dois cancros no cérebro. Pois é SrºHospital de Cascais, andam a dormir? Ainda por cima têm sono pesado. Erram duas vezes, em dois anos seguidos, sabendo o historial oncológico do meu pai.  Enquanto visitava o meu pai, após a segunda operação dele, fiquei a saber de outra história hilariante do Maravilhoso Hospital de Cascais. Um senhor, com uma dor nos músculos da perna, que acabou com um diagnóstico mal feito e tardio, que terminou no pior cenário, sem uma perna. AGAIN, o Hospital de Cascais fez porcaria. E nem sonho todos os outros erros e diagnósticos mal feitos que são feitos pelo belo do Hospital de Cascais.
Hoje só tenho a reclamar as horas que estive lá à espera. Agora vou ficar à espera de uns testes da asma e uma consulta, que por sua vez, foi marcada para Novembro, por falta de vagas. (não admira que morram pessoas à espera de consultas ou exames)

x.o.x.o
 

4 comentários:

  1. sem palavras... =/
    byrafaelle.blogspot.com.br

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  2. Os hospitais são sempre a mesma coisa ! E pessoas que morrem á espera de ser atendidas? Enfim..
    O serviço hospitalar português é uma vergonhas! Existem muito bons médicos é verdade, mas há outros que enfim !

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    1. É verdade, isto só tende em piorar.
      Neste Hospital novo de Cascais não vejo isso, mas à uns anos, eram pessoas espalhadas pelos corredores por falta de espaço. Este tem espaço que sobre, mas o atendimento piorou.

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